Denúncia aponta que o presidente da Câmara de Barra de Santa Rosa recebe parte do salário pago aos servidores. Presidente diz que acusações não tem fundamento. TCE-PB investiga denúncia de rachadinha na Câmara de Vereadores de Barra de Santa Rosa, na PB
Reprodução/TV Paraíba
O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) está investigando uma denúncia de rachadinha na Câmara de Vereadores de Barra de Santa Rosa, localizada no Agreste paraibano. A denúncia aponta que parte dos salários pagos aos servidores estariam sendo repassadas ao presidente da Casa, o vereador Edson Guedes (União Brasil).
Imagens do circuito de segurança da Câmara de Vereadores de Barra de Santa Rosa registraram momentos em que o presidente da Casa, o vereador Edson Guedes (União Brasil), aparece recebendo o que, para uma denúncia apresentada ao TCE, seria dinheiro.
O primeiro registro, de 25 de março do ano passado, mostra um homem entregando notas semelhantes a cédulas de dinheiro. Já em 23 de maio, novas imagens flagraram o parlamentar, mais uma vez, recebendo valores que, segundo a denúncia, seriam parte dos salários pagos a servidores.
Outro vídeo exibido no material entregue ao TCE mostra um ex-funcionário do gabinete de Edson, identificado como Ranávio Soares, entregando uma quantia em dinheiro para um homem não identificado.
TCE investiga denúncia de ‘rachadinha’ na Câmara de Vereadores de Barra de Santa Rosa
Em entrevista à TV Paraíba, Ranávio afirmou que os valores seriam destinados ao presidente da Câmara. Ele garantiu que, embora recebesse cerca de R$ 2 mil como salário da Casa, era obrigado a repassar cerca de R$ 800 para o vereador.
“Eu recebia R$ 2 mil no contracheque, mas tinha que devolver parte disso. O dinheiro era entregue diretamente ao presidente. Essa prática durou entre 2023 e 2024, quando Edson esteve na presidência da Casa”, relatou.
A denúncia protocolada no Tribunal de Contas do Estado aponta indícios da prática de rachadinha — quando parte dos salários de assessores ou funcionários é devolvida. O documento solicita o afastamento de Edson Guedes Monteiro do cargo.
Em resposta às acusações, Edson nega qualquer envolvimento na prática de rachadinha. “Essa denúncia é uma armação política para me tirar da presidência”, alegou o vereador em sua defesa. Ele afirma ainda que “as acusações não têm fundamento” e garantiu que tomará medidas legais contra os responsáveis pelas denúncias assim que for notificado.
Ao g1, o conselheiro Nominando Diniz, relator do caso na Corte de Contas do estado, informou que a denúncia foi recebida e encaminhada para ser apurada pela auditoria.
Ainda segundo Nominando, no TCE a investigação terá como alvo o presidente da Câmara, mas o procedimento também poderá ser encaminhado para o Ministério Público, órgão competente para apurar crimes comuns, assim como a participação de quem também teria feito as devoluções dos pagamentos.
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